quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ato: Diário de Viagem...( pg 1 )




Você quer uma certeza?
Você quer a minha certeza?
Eu só me importo com a direção, o caminho
é indiferente.
Medo? O maior deles é acordar,
Enquanto os sonhos estão mais vivos.
Neles, os loucos...Há, os loucos! são divertidíssimos.
Eles vão para aquele lugar onde nem todos podem ir
                                         [e são felizes....

Quem há de discordar?
Só quem já viu poderia dizer, só quem vê gatos na lua poderia dizer,
só quem pinta as rosas da cor que quiser, diz.
 E dirá...
Se você tem sonhos, é bom que vá persegui-los lá! Não, não precisa me contar.
Eu não quero saber. Apenas persiga-os.

Não olhe para trás no percurso, saber que existe volta confunde...
O importante é seguir, alguns seguem e vão...
Vão sem parar...
Você tem mais portas e portões na mente do que pode imaginar, 
mas a porta sempre dá passagem para os dois lados. Você vai deixar sair, ou vai deixar entrar?
Você quer uma certeza? Sonhe. Se você não se importa com que caminho seguir, 
então escolha um, 
e vá...




Jack, o Viajante.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Especial Halloween: Gostosuras ou Travessuras?


Estava fantasiado de Vampiro, como o Drácula, sim. Sua mãe pintava os olhos do garoto de preto para que ele parecesse terrivelmente 'assustador' e conseguisse muitos doces. Ao terminar, beijou a testa do filho e deixou-o ir. Na esquina, encontrou-se com seu fiel amigo:
- Frankstein? que legal, Chris.
- Drácula? que legal, Ty.
Disseram em uníssono,  caindo na gargalhada. Começaram a andar felizes naquela noite que não fazia frio ou calor, almejando tantos doces quanto fosse possível até encontrarem- para a infelicidade de ambos - Victor, o fortão mais velho da turma, que já chegou falando:
- Vejam o meu saco de doces...está quase cheio. ( E estava mesmo ). Sabe o que falta para termina-lo? Os doces de vocês.
Era visível que nenhum dos dois tinha doce algum, e isso parecia estar nos planos de Victor.
- Vocês irão pedir doces lá no casarão velho. Ninguém tem coragem de pedir doces lá, então...vocês irão pra mim. Eu esperarei na frente do portão para que ninguém fuja, não é legal?
Chris e Ty se entreolharam, qual poderia ser o problema? Um cara como Victor poderia facilmente pedir doces naquela casa. O Problema eram as lendas de que a casa era amaldiçoada, habitada por monstros e tudo o mais que a mente pode produzir.

Foram, pois caso recusassem, aquela múmia ( essa era a fantasia ) iria dar a famosa *chuvinha* neles, e chuvinha não era nada legal receber. 
Olhar a casa já dava panico, ela era feita com uma madeira mais escura que o normal e dava mesmo o ar de ser terrivelmente assombrada. Chegar próximo a porta faziam as escadinhas rangerem e não existia tapete de "bem vindo". Bateram. Uma mulher de aparentemente uns 40 anos atendeu e, ao vê- los, mandou-os entrar...E parecia irrecusável.
Ao entrar perceberam a decoração de Halloween na sala, isso os deixaria mais tranquilos se os quadros pendurados dos familiares dela não os encarassem tão friamente. Da janela, Victor era visto de braços cruzados.
- Sentem-se meninos. Vamos comer. Disse ela, fazendo a atenção voltar para si..
- O...o que tem....para ser comido....?
Falou Chris, temendo ver algo nojento como sopa com olhos flutuando, ou cérebros fatiados.
- Vocês...... - Respondeu ela.
O olhar de panico deles foi impagável, e ao perceber, ela continuou.
- Vocês....gostam de bolo de chocolate?
Alivio.
- Si...sim.... Responderam eles e apesar de tudo, no momento seguinte, estavam comendo o bolo mais delicioso de suas vidas. 

Ouviram uma batida na porta, Victor estava temeroso de que a velha que os atendeu tivesse dado a eles a oportunidade de fugir por alguma porta dos fundos. E ao perceber o panico dos garotos, a senhora de fato deixou que eles o fizessem, e calmamente foi até a porta, abrindo-a, para escutar o tipico: Gostosuras ou travessuras?
Sorriu. 
Pediu que ele entrasse da mesma forma e se sentasse a mesa, ao ver os pratinhos sujos, ele supos que de fato os moleques tinham fugido, e tomariam *chuvinha* logo que os encontrasse, porém o cheiro de chocolate o chamou de volta para o momento, onde ele perguntou:
- O que tem para comer?
A senhora virou-se para ele felicíssima e disse:
- Você....
O Rosto rosado de Victor ficou ainda mais avermelhado, seus olhos arregalados e os lábios sendo mordidos por ele mesmo mostravam mais do que panico naquele garoto, mostrava um intenso pavor, um terror que as faixas de múmia não conseguiram esconder....

...

...Fora comido. Nunca mais ninguém viu Victor - não é legal? 
 Gostosuras ou travessuras?

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Autos 5: Das Terríveis Expressões...



Começava olhando o quadro branco a sua frente pelo tempo que fosse necessário, em seguida erguia uma das mãos - por exemplo, à esquerda - e fechava um dos olhos - nesse caso, o direito - para enxergar a perspectiva e pronto: lá estava a projeção do que ele queria representar.
 O próximo passo era o de seleção, pegava as cores no tom que gostaria de expressar, indiferente a realidade, não era essa a necessidade, misturava-as e molhava bem a ponta do pincel.
 O momento seguinte era frenético, as pinceladas iam e vinham com tamanha destreza que ele terminava em poucas horas algo que necessitaria de dias na mão de qualquer outro artista. Entrava em transe.
O Resultado? Espetacular.

Mas algo em minhas obras vinha me causando um estranho sentimento... um incomodo. Todas elas, desde que minha mulher fora embora, desde que recebi aquela estranha visita, pareciam estranhamente semelhantes em um aspecto.
 Suas expressões.
Enfim, não era hora para pensar naquilo, logo receberia novamente a visita, a pessoa que encomendava os quadros.

Ele vinha sempre da mesma maneira, ele batia a porta e perguntava se podia entrar e, mesmo que eu dissesse "aguarde um momento" ele entrava. Andava pelos cômodos de minha casa até encontrar-me e então começava a perguntar sobre o quadro. Não posso dizer que ele me era próximo embora eu o já tenha encontrado tantas vezes (Sem perceber, confesso). E  fazia questão de tocar em um assunto - a mim - pessoal: minha separação. Isso me deixava mal, e assim que ele percebia, fazia questão de falar da próxima encomenda, o próximo rosto que eu deveria desenhar.
Era quase uma hipnose, pois quando ele comentava sobre isso, eu também 'quase' esquecia de tudo o que ia fazer e tomado por um sentimento único (e não necessariamente bom), eu me sentava e pintava continuamente.

Porém, naquele dia eu estava disposto a perguntar o que já há um tempo me atormentava:
- Por que em todos os rostos que desenhei, todos os personagens aparentam estresse... fúria, revolta....Por que?
Aquele senhor que fazia as encomendas, de rosto severo, mas que costumava parecer gentil e até sorrir, sempre trajado de preto, respondeu prontamente:
- Talvez você só os represente dessa forma porque não compreenda, ou talvez...

Deixou no ar o restante da frase, apenas me observava enquanto eu continuava incessantemente pincelando o quadro; primeiro as sobrancelhas franzidas, depois os olhos cerrados e então as rugas de expressão juntamente de dentes trincados ou gritos engasgados.
Sem perceber, eu ia desenhando pessoas que mantinham a expressão de que matariam quem as admirasse, e, no entanto, ele sempre encomendava mais e mais quadros assim.  Custou a eu perceber que as faces - a principio - desconhecidas eram na verdade alusões a todos os meus familiares e meus companheiros próximos, minha ultima encomenda foi minha ex-mulher, a quem dediquei mais horas para representar terrivelmente em sua face tudo que haveria de pior no mundo... Mas foi só após terminar meu próprio auto-retrato que compreendi o que eram aquelas expressões.

Tratava-se da visita do ÓDIO, o mesmo sentimento que inundavam todos meus desenhos e que me fazia sentir repulsa por cada um daqueles que desenhei...

De qualquer maneira, lembrar disso tudo me deixa muito mal, mas tanto faz...
Não me incomode. Eu preciso desenhar agora...




"O ódio tem melhor memória do que o amor"

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lunático


Mesmo para aquele que de tristeza e em pranto,
Diante do véu obscuro, sombras da noite.
Sentir no peito uma dor intensa! Um açoite...
Continuar, espantado, a observar o seu manto.

Encontrará - por fim - se de apetite voraz
As estrelas que banham o céu da forma mais plena.
E de seu meio entre as nuvens, revelar-se serena
A Lua, da forma que a cada um mais apraz.

Por isso, se forem tomados por pensamentos tais
Busquem vê-la! Procurem Conversar com a Lua...
De Saudade e Desejo que se desprendem desiguais.

Encontrareis recanto lembrando-se dela ainda mais!
Posto que no céu ela é tão minha quanto é tua
E do pranto tereis algo digno de seres angelicais!



sábado, 29 de setembro de 2012

O Palácio Assombrado




I
Puro e lindo era o verde dos vales,
Que tinha para si, só criaturas benfeitoras.
E cujo qual um palácio se erguia, também sem males.
Pois o Pensamento era seu rei. E ele permanecia lá.
Nunca antes fora visto um palácio que se equiparasse àquele.

II
Entalhes dourados e graciosos enfeitavam
o Telhado do local, que de tão perfeito parecia onírico.
( Lembranças tais remetem tempos primordiais
Antiquíssimos tanto quanto se pode lembrar. )
E o dia era tão glorioso que a brisa soprava feliz,
E os muros que cercavam o lugar eram de forma alguma aterradores.

III
Muitos viajantes buscavam por lá passear.
Feliz eles iam, e é como se dançassem
ao som de uma musica perfeita que os incentivava.
das janelas e portas das casas felizes
Onde o Rei mantinha-se sentado e todos o louvavam
E como tal ele parecia soberano como se deve ser.

IV
Paravam para ouvir as vozes que agraciavam os ouvidos
Com o som tão belo à porta do palácio.
Todos que lá passavam deixavam-se encantar
Pelos sons que tinham por único intuito
Ressaltar como o Pensamento era bom, que exímio Rei.
A festa não cessava jamais.

V
Contudo, seres horríveis e temerosos,
De preto, imponentes, investiram contra o rei.
( E ficamos todos em prantos, sentíamos no fundo
que nosso monarca nunca mais se reergueria. )
Tornando tudo que era lindo, pútrido,
tudo que era perfeito, perfio e terso. O frondoso jardim...
Agora jazia apenas nas lembranças de quem o vira ao menos uma vez.

VI
Quanto os caminhantes do lugarejo,
Ouviam não mais uma doce melodia, como de costume,
Mas sim uma musica estridente que só poderia ser acompanhada,
Por seres ruins e vultosos, desprendendo-se das luzes - fracas - 
das moradas que outrora viveram satisfeitíssimas.
E delas só se podia tirar o infeliz riso,
Já que o sorriso...este nunca mais lhe seria dado. Nunca mais!


( Adaptação do Poema de mesmo Nome. )

domingo, 16 de setembro de 2012

PERSE

Venha do horizonte, projete-se, mas só em minha visão.
Quero ver-te de perto, quero senti-lo ( ainda que em pânico )
Toca-lo.

Talvez só a mim apareças, mas contarei a todos como tu és.
E como deixa, nas aguas, as sombras dos rostos infelizes a quem afogaste.

As mãos que tocavam o casco para alcançar ou saudá-la. Não que mereças, mas eles o chamam de rainha, de senhora.
De maldita.

O odor era pútrido, a proa e a popa repletas de quinquilharias antiquíssimas. As velas estavam quebradas, tortas....
Mas o navio continuava seguindo em frente.

Tu os convidava, me convidaria também, e com o teu olho ( a que nada escapa ) seduziria-me. Só mais um desenho.
Como és linda.

E por fim cobrir-me-ia com teu capuz, sorrindo e satisfeita enquanto os serviçais ( aqueles ) me levariam para o fundo do mar - bem fundo
Afogado.

E após pássaros que voam de cabeça para baixo, de cavalos com dentes ( e sorrindo ), de coisas surreais que aconteciam. Mesmo o por do Sol..
Seria VERMELHO!




"A mesa está pingando"

Ps: Não entenda, sinta...

domingo, 6 de maio de 2012

Ato: Uma conversa com um Sábio....


 "Depressivo, não acreditava em mais nada. Saía para passear e a observar com olhos vazios o caminho, sentia uma completa indiferença quanto a tudo que via. Nada lhe enchia os olhos...E no entanto continuava. Sentia-se solitário - é verdade - mas muitas vezes preferia que fosse assim. Tinha se acostumado a ouvir o som só de seus passos, a ver só os próprios pés quando andava, o que mais poderia lhe atrair atenção? Para ele todos os dias eram dias chuvosos, todos os dias eram tempestades onde no céu as nuvens estrondosas carregadas de gélidos e pacientes pingos d'agua a despejar-se-iam sobre sua cabeça, molhando seu corpo e causando um mal estar intenso e incomodo por conta do frio que ocasionaria ( e ocasionaria mesmo ).

No caminho, encontrou com um rapaz singular que chamou sua atenção pelo semblante diferente, suas expressões sérias e centradas mantinham olhos - diferente dos meus - penetrantes, é o tipo de pessoa que dificilmente não se nota. Este parou para falar comigo e me recordei então de quem se tratava, era um rapaz bastante inteligente por quem muitos tinham apreço. Ele me abordou dizendo que minhas feições estavam palidas e que eu deveria cuidar de minha saude. Assenti. E ele prosseguiu, dizendo ainda que sempre me via sozinho, e que eu deveria - vez ou outra - optar por uma companhia, um amigo. Indignado, me dirigi a ele perguntando o que ele poderia saber sobre a amizade, pois eu desconhecia a mesma, nunca tivera amigos, nunca tivera interesse em te-los e, apesar da minha agressividade momentanea e descabida, ele continuou calmo e tratou de convencer-me que conhecia sim sobre o assunto...A conversa que tivemos a seguir foi assim:

- Diz-me tu que a amizade existe...Como podes dize-lo? Não vê hoje o mundo como anda? Como criar amizades aqui?

- Saiba que amizade não se cria, se encontra.
  E nela tu sente confiança sem afronta.


- Encontrar, encontrar de que jeito? Como poderia eu saber?

- Ouça a voz de dentro, atente ao que ressalta
  De todas as vozes, intuição é a mais alta.


- Místico! É bonito na teoria, mas e na pratica, será que funciona? Devemos mesmo confiar no que intuimos?

- Mantenha a sensatez no comando da ação
  Valorize o sentimento, mas confie na razão.


- Agora compreendi melhor, é um misto..então? Tu falas bonito, como bem dizem, mas não será facil, pois meu acreditar está em jogo...

- A crença é o que torna tudo verdadeiro
  Convencer é perigoso, duvidar que é certeiro.


- Ora, estou eu então certo em não crer?...Não, entendi! É duvidar que está certo, mas tenho de crer...
Todavia, gentil rapaz...ter só duvidas não me deixaria confuso?


- Busque a resposta! Mais questione para ir adiante
  A pergunta é e sempre foi bem mais importante.


- Fantástico! Me pergunto ( veja ) de onde tiraste tanto conhecimento, és sem duvida iluminado e o que dizem sobre você é verdade...Mas compreenda minha posição: Posto que existe uma balança mediadora, preocupo-me demais em saber se devo dedicar-me ou não, como saber? Convença-me!

- E se valer a pena sem que o contra valha mais
  Então não te atormenta e te concentra no que faz.


- Não poderia discordar. Na verdade me faltam palavras para continuar questionando-o, Seus dizeres são tomados de muito sentido, o que faço agora?

- Saiba que a fala tem momento pra não se arrepender
  Mas escute, saber ouvir é quase responder.


- Assim o penso agora, estimado garoto. Não posso deixar de sorrir - um pouco, apenas -  ao ouvir-te.

- Bom humor para sorrir com as circunstancias
  Atento aos limites, atento à extravagancias
  Seja consciente com a palavra dita
  Responsabilidade é o que mantém a vida


- Necessáriamente. Tudo o que dizes estou a guardar em minha mente e memória, Muito disso, ainda que usado aqui para justificar a amizade, creio ser possivel levar pra toda uma vida...

E olhou para o céu, a tempestade parecia se dissipar aos poucos agora. Então ele continuou:

- Gostaria que mais pessoas ouvissem estes nossos dizeres...

- A sensibilidade é a compreensão alheia
  Quebra o previsível e o amor desbloqueia...


- Entendo. Creio que me comportei como um perfeito idiota agindo como agia e muito mais ao questiona-lo sobre algo tão mais sublime, pois é previsivel refutarmos o que nos faz bem por receio de que em algum momento dê errado...Sempre esperamos que dê....Eu....( nesse momento eu tive de parar e suspirar, como se uma daquelas lampadas simbolicas ascendesse sob minha cabeça... ) e é so com esta sensibilidade que desbloqueamos o amor...
Por favor, responde uma ultima pergunta minha....Me acompanharia em meu caminhar? Digo....Quer tu ser o amigo que me falta. Mostrar-me-ia o quão bela ela é?

Ele não respondeu... não com palavras. Pelo contrário, o gesto de seu sorriso brando e de seu olhar - agora - terno mostrou-me que aquilo era sua aceitação. Colocaram-se um ao lado do outro a andar abaixo de um céu que agora passava a banha-lo com intensos raios de Sol...."

( Obrigado pelo teu sorriso brando e o teu olhar terno, meu amigo....Pois aquilo sem duvidas...mudou minha vida! )

domingo, 29 de abril de 2012

A saudade que a saudade passa.....


Vazio...



Durante um dia inteiro, sombrio, decadente,
silencioso, nem as nuvens movimentava-se como de praxe.
Iam nos céus, mas iam baixas, imponentes, assustadoras.

Eu, sentado - sozinho - em minha casa singularmente monótona...
Vi o véu noturno estender-se enquanto eu continuava melancólico.
E desta feita permaneci, não havia o que fazer, nada podia ser feito...

Olhei para fora e fui tomado de subto por uma sensação
incontrolável de tristeza, esta que, sem licença, me invadia...
Tomando a força meu espirito e fazendo de mim sua nova morada.

A janela de meu quarto lembrava-me dois olhos vazios...
As paredes eram, agora, geladas. Misteriosamente
Abatido... sentia um aperto no coração, você sabe.

Sem que pudesse ser diferente, pensei em ti,
mas minha incompetência me limita a apenas isso,
pensar, imaginar-te, distante, longe. Aquém.


...

Saudade...

sábado, 21 de abril de 2012

Autos 4: Aquilo que não se mata...



Desolado, não parecia observar  o bom lugar ao qual seus passos pareciam tê-lo levado, aquela praça cujo centro mantinha erguido uma arvore de proporções majestosas como só a natureza sabe fazer na primavera e, inconscientemente ou não, lá estava ele de novo.

Com toda sensibilidade do mundo, tocava-a com a ponta dos dedos enquanto seu pensar era levado para longe, para o horizonte, o infinito... Na madeira daquela frondosa arvore existiam entalhes feitos por outras pessoas, por casais, por crianças, e ainda assim a arvore não perdia aquela beleza inicial. Parecendo compreender os sentimentos daquele visitante, com sua formosa copa vivaz....permitia que alguns raios de sol passassem por entre as folhas e banhassem o rosto dele, ou vez ou outra, derrubava algumas folhas sobre seus cabelos, mas ele não conseguia apreciar toda aquela imensidão ‘surreal’ de acontecimentos...pois sua cabeça  - a mente – estava em outro lugar. 

Sentou-se em um dos bancos mais próximos e poucos minutos depois  percebeu uma aproximação... observou uma moça de – aproximadamente -  sua idade sentar-se ao seu lado e encara-lo por alguns instantes. Ele, sem conseguir se conter, deitou-se sobre o colo dela e desatou a chorar, chorava como criança, fazia caretas, soluçava...e era tudo tão inocente que proporcionava aquele sentimento que alguns dizem ser terrível, outros julgam bastante nobre: Ter pena...sentir dó...

Ela o acariciava ( e quem via aquela cena de fora percebia facilmente uma intimidade fortificada por  muito tempo ), e embora ela demonstrasse todo esse “querer” cuidar dele, em nada mudava a situação, ele continuava abalado, triste, abatido....A cada toque, cada gesto simples, cada alisar em seus cabelos lhe remetia uma lembrança, um aperto daqueles que comumente dizemos ser no coração, uma pressão em nosso peito, amargura também, porque não? Era um sentimento tão intenso que era também indescritível. Nenhum dos dois falava, olhavam-se mais algumas vezes... olhavam-se e só...Era uma pena, o lugar ( volto a cita-lo ) era realmente bonito, mas embora de cores vivas se firmassem, ele via apenas cinza, preto e branco. Mas não conseguia impedir aquela nostalgia, uma época gloriosa, uma lição para vida toda, uma simples lembrança... 

Sem resistir mais aquele turbilhão de pensamentos, decidiu ir embora, levantou-se sem se despedir, em verdade ela parecia querer ir junto, mas nesse momento algo mudou no semblante dele, que parecia ter avistado algo que valesse a pena prestar atenção, a pessoa que ele mais queria encontrar, era ela... seu amor. Ele correu e se abraçaram, os olhos dele ainda estavam cheios de lagrimas, virou-se para traz ao vislumbrar a sua ‘ex’ companhia  e olhou-a nos olhos novamente. Ela era linda e quando ele a olhava, o vento parecia contribuir com aquela beleza, pois os cabelos delas farfalhavam no ar, fazendo incríveis desenhos que mudavam de tonalidade constantemente. Curiosamente, de todas as características apreciáveis, a mudança de cor do cabelo dela era a mais comum... Ela piscou para ele e sorriu prazerosamente, ele compreendeu a mensagem, abraçou aquela a quem amava e se foi...

Olhando ao redor, em outros bancos, existiam mais pessoas, elas passavam muitas vezes por ali, e sempre existia aquela que ficava parcialmente sozinha.... ( parcialmente ), fosse uma mulher, um homem, senhora, jovem...Ela estava lá para fazer companhia, e quem a encontra uma vez sabe que possivelmente encontrará com ela de novo e sempre. Mas naquele momento ela apenas se sentou novamente no banco e esperou....esperou o próximo ( a ) que iria encontra-la...a SAUDADE.

""A Saudade é nossa alma dizendo para onde ela quer voltar..."

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ato: Eu te Protejo...


A Mente não era vã, compreendeu a importancia
que imprime o nosso ser, fé e tolerância...
para lidar com coisas que não podemos ver direito
pois os olhos são pouco treinados, e não tendo jeito
de ensina-los, aprendemos com o coração.
Ficando tão mais fácil acolhermos um amigo e um irmão.

Faz sem esperar em troca, é esse o conselho.
acordará de manhã e ao se olhar no espelho,
perceberá existir ali alguém diferente de ontem.
e não tem segredo nenhum, nossa alma é que contém
todo o poder para mudarmos o mundo!
Mas não comece por fora, comecemos do fundo...
Se precisar de ajuda, basta estender a mão...
Ficará mais fácil acolhermos um amigo e um irmão...

Se estiver em perigo, aparecerei! Não sei se venço...
Mas faço força! Juntos somos invencíveis, é o que penso...
então dorme tranquilo no teu travesseiro, amigo
estou lá de noite pra te livrar do perigo!
Se não fisica, estou mentalmente...
e quem me dirá que não é suficiente?
Confio nessa parceria, fraternidade e união...
Fica ou nao fica mais fácil acolhermos um amigo e irmão?

Olha para esse céu, está lindo, não é verdade?
Ele é assim, acredite, desprovido de vaidade...
Se destaca mais entre as massas, e não fique aflito
Pois no simples também se vê muito de bonito!
Quem procura acha! O interessado sempre dá um jeito.
Mas a liberdade dos outros é dos outros, com todo respeito.
Sejá livre para viajar e retornar sem aflição
Fico no seu aguardo, e te acolho sejas como amigo ou como irmão...

E isso eu te prometo, não é apenas um cortejo...
saibas, meu amigo...que perto ou longe....Eu te protejo!

domingo, 8 de abril de 2012

Ato: O Justo e o Insano


O JUSTO
Venho te dizer no que minha justiça consiste
e como a balança dela é igual e constante
Pois, imparcialidade é meu lema, e nestante
mostrarei que a bondade dos justos existe

'Inda hei de perguntar "quem já viu um justo
ser desamparado?" e ninguem há de responder.
Já que  a justiça é total manifestação de poder
e ela precisa ser-nos imposta à todo custo


"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

O INSANO
Venho te dizer porque minha insanidade existe
E o motivo de toda uma má vontade e incompreensão,
Não os julgo, eles não veem com o mesmo coração...
que eu, cujo a realidade não mais consiste

E hei de perguntar "Não é insanidade buscar
essa justiça neste mundo? E quem há de responder?
Prefiro manter-me insano, e não é me esconder....
É me aproxima da vida que eu quero encontrar

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."

Ser justo é ser insano, e é Insanidade buscar pela justiça, os tempos são dificeis mas ainda existem os que tentam. É nessas pessoas que acredito, é neles em quem deposito minha confiança e crença, é essa dualidade intensa que eu admiro tão bem, Meu irmão, continue sendo assim....o Justo e o Insano.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ato: Dos olhares, Destino e companhia...


Parece ser lei que os caminhos tornem-se um só.
Que do pó viemos e de que voltaremos ao pó.
É o Destino que assim o quer! E pra falar do Futuro
me apegarei, de todos, o que considero mais seguro,
um metódo infálivel que conheço desde pequeno
E que torna o nosso mundo mais equilibrado e mais pleno.
Pensemos na máxima: Fazer o bem sem olhar a quem.
Pois esses olhares hão de se fixar em alguém...
Já que é natural procurarmos sentimentos iguais
em outras pessoas, que como nós e conosco sejam leais...
Assim, poderemos compartilhar toda nossa experiencia
E aprender a implementar o que faltou em nossa existencia...

"Mulher, menina, musa inspiradora...
Intensa, inventando sempre mais estrelas para nós...
Lindas, no espaço, mostrando não estarmos sós.
Estamos, eu e você...Debaixo do mesmo céu!
Nunca deixando morrer a esperança de que
Neste véu... existe também beleza. "Perdida"...
Amor! a maior e mais bonita certeza....da Vida!"
 


Milenna! Esse verso, esse poema...só poderia ser para você! Amo-te!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sobre o caminhar da Morte...


Quem é aquela que vem a passos curtos,
E que de longe se nota seu triste semblante?
Que carrega consigo a perda de tantos,
E que observa o caminho com olhos distantes...

Que mal será que se caiu sobre ela?
Mostrando-nos, assim...esta aura tão forte.
Causando, no fundo...uma melancolia singela,
Amaldiçoando - em prantos - nossa falta de sorte

Sua foice vem junto, imponente, agoniza.
Mas o mais apreciável são elas, as asas...
Noturnas, sem estrelas, farfalhantes... Organiza
a melhor forma de invadir ( nossa mente ) nossas casas...

E tirar nosso sono, sossego, nossa vida!
 E ainda assim sendo, não nos recusamos a mortalha,
Sabemos que é necessário segui-la, á Sabida!
Pois é assim, amigos...que a MORTE trabalha....

"Seria possivel que a Morte, no fundo...não gostasse do que faz? Que se lamentasse por faze-lo?..."