Havia comprado uma arma - ilegalmente -, um revolver calibre
38 com uma e única bala de brinde no tambor por apenas R$200 reais. Queria
mostrar ao amigo, ia fazer-lhe uma surpresa. Não, não faria uma brincadeira,
uma peça ou um susto, era uma surpresa. Mostraria a arma, ambos sempre tiveram
curiosidade quanto a isso, peso, força para apertar o gatilho, mira. Chamou-o
então para sua casa a noite, recebeu-o com o revolver na cintura na parte de trás
da calça, camisa cobrindo-o, tudo certo.
Sentaram-se no sofá, ele até já levara a mão até as costas para tira-la quando o amigo chamou sua atenção:
- Cara, você vai me perdoar, mas estou puto com você. Você esqueceu meu aniversário!
( Era verdade, havia esquecido, mas...e se desse a arma de presente? )
'Segurou a arma mais forte.
- E outra, porque você contou ao João aquele segredo que te contei, eu disse que não era para contar...
( Segredo? Eu não contei nada... )
'Puxara um pouco.
- O Marcos disse que foi você quem falou...
( Marcos... sempre o Marcos.... )
'O dedo buscava o gatilho.
- O Marcos estava lá no meu aniversário...
( É, ele quer estar em todas...O Marcos... )
'E achava-o posteriormente.
- Sua Namorada também estava esperando, imaginamos que você apareceria...Como não foi, ela foi embora sozinha depois...
( Entendo...quase como um complô, Marcos é melhor, Minha namorada merece algo melhor....Algo como tortura psicológica, hã? )
'A arma já totalmente encaixada em sua mão.
- E você não vai dizer nada?
( Não, não direi nada, vou deixar minhas atitudes falarem por mim... )
'Retirava a arma de trás da cintura, jamais tinha usado, mas dali seria impossível errar. Arrumaria a força necessária, puxaria o gatilho e seria a bala certa. Que sorte, não?
- Adeus....
Noticiário:
Garoto comete suicídio após dialogo 'amigável'. O Mesmo
parece ter comprado uma arma ilegalmente e concretizou o ato assim que terminou
de conversar com o amigo. Este por sua vez chamou a emergência e a policia, fará depoimento enquanto aguarda julgamento.