sábado, 4 de fevereiro de 2012

Autos 2: Posses e Propriedades....



Era tarde da noite, Sthefany esperava seu parceiro na frente do velho portão da casa dos Whinley - Uma casa à muito abandonada, com a estrutura tipica de casas antigas e cujo as lendas urbanas defendiam a expulsão da familia da mesma por contato com magia negra - e olhava irritadiça o relógio, repassando na mente tudo o que havia combinado com ele:
"Adentrar a casa exatamente às 24:00hrs....ver todos os comodos.....beber vinho e...se divertir!". Sorria.  Olhava a esquina ansiosa a cada nova espiada no relógio e exatamente faltando cinco minutos para a meia noite, viu Marcos aparecer ofegante e trotando em sua direção.

- Eu sei! - Disse ele, já se desculpando - Foi dificil conseguir o Vinho, por isso demorei!
Sthefany deu de ombros, olhava para a casa do portão de ferro em grades, e para o jardim já não tão bem cuidado. Arvores cresciam sem limites e se retorciam por cima do pouco visivel caminho, repleto de folhas secas sobre o mesmo, andar silenciosamente ali era impossivel, mas o casal havia pesquisado sobre possiveis moradores 'clandestinos' na casa, e nada ficaram sabendo. 

Entraram, Sthefany ia na frente com uma lanterna e, não se importando com o fato de seus passos causarem rangidos e barulhos, subiu a escadaria que ficava ao centro da sala e deparou-se com um corredor enorme, repleto de quartos de ambos os lados. Seu namorado corria atras dela, mas visivelmente incomodado:
- Você não tem medo, Fany?- Disse olhando com desconfiança para todas as direções.
- Claro que não tenho medo! Você tem? - Disse ela sorrindo, mas com deboche. Sem esperar resposta correu para a primeira porta, sabia que a casa mantinha sua decoração antiga e embora cheio de pó, os moveis ainda estavam lá. Ouviu um novo ranger, abriu a porta e deparou-se com um comodo vazio. Frustrou-se a principio, mas sentiu eriçar os pelos da nuca, sabe aquela sensação de que se é observada? Pois Sthefany sentiu-a de tal forma que pareciam observa-la de muitos angulos. Olhou novamente com os olhos semicerrados sem nada ver...Fechou a porta. Não manteve o animo anterior, mas continuou curiosa, a euforia dava lugar a outra coisa, pois havia ficado um pouco impressionada.

Adentrou um outro quarto, e agora deparou-se com uma cama, chegou a sorrir, mas decidiu reparar melhor, sua ansiedade crescendo, o olhar dirigiu-se para baixo daquela cama que parecia conter uma escuridão anormal, e percebeu ascenderem olhos que faiscavam admirando-a, olhos em par e olhos 'divididos', algo que causou um impressionismo maior, pois ela puxou e prendeu a respiração. Fechou a porta questionando se de fato era boa idéia permanecer no local ( Aquilo era estranho! ), começou a perceber que nas paredes e portas do corredor existiam desenhos, circulos e simbolos- que não pareciam estar lá antes. Olhou para os lados procurando seu namorado mas não pareceu ve-lo, seu 'coração' apertou, correu até o fim do corredor para que pudesse ser banhada pela luz que vinha de fora, pela janela, e lá de baixo reparou que um homem a encarava, sua expressão era do mais completo vazio, mas seus olhos - de longe se via - eram fundos e negros, dificil de serem descritos, do fundo deles duas luzes protuberavam, curiosamente pareciam piscar. Ela gritou, do fundo do corredor percebeu que uma das portas  agora abria-se sozinha e dela se projetava uma aranha de proporções tão grotescas que era possivel ver seu proprio reflexo nos oito olhos dela, e ela babava seu veneno parecendo maquinar pega-la para se degustar. Sons estranhos, grunhidos. Grito! Escuridão, muita ansiedade. Desmaio.

Aflita, fora acordada por Marcos que a havia deitado no sofa da sala ja no andar debaixo
- Você desmaiou, tudo bem? Consegue andar? Vamos sair daqui... - Disse ele, e ela iria com certeza concordar, mas atrás de Marcos, percebeu o homem que a olhava de fora da casa, e com uma voz grave e profunda, disse algo que só ela pareceu ouvir, enquanto ele se aproximava:
- Bem, agora você me tem não é? E agora eu tenho você também....

Beijou-a nos labios, Fany fechara os olhos e ao abri-los denovo, viu os monstros que tinha visto e outros mais, deformes e abstratos, panico, respiração, ar. Segurou as mãos de Marcos e correu como nunca correra em toda sua vida. Na porta, o homem olhava eles se distanciarem enquanto os monstros se aproximavam a suas costas, mas pareceram nada fazer, apenas ouviram:
- Ironico! Ela entra em meus dominios e diz não me conhecer? Diz não ter MEDO? - Risos de varios locais se faziam ouvir. - Vamos, meus filhos medonhos! 

Deu uma ultima olhada para fora:
- Acho que voltarei a visita-la denovo outras vezes....
Fechava a porta.

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